sábado, 28 de novembro de 2009

Corsa drama... Entre o sucesso e a lama...


Em meados de 2003, eu, então proprietário da Orange Comunicação, em Porto Alegre, adquiri meu tão sonhado primeiro carro. Era um Corsa GL 1.6 1996 (hatch duas portas).
“Tão logo peguei o carro, mandei dar uma baixadinha de leve e coloquei umas rodas da TSW 15” pra dar um visual mais esportivo ao carrinho. Ele era bordo, com o pára-choque antigo (do qual nunca gostei muito). Muito bem cuidado. Estava com 58000km originais. Durante os primeiros 29 dias da vida dele comigo foi assim. Só alegria e curtição!
No 30º dia comigo, vinha voltando de um lugar, e pra quem se lembra, nessa época (2003), aqui em Porto Alegre, a Avenida Salvador França estava em obras (finalizações). Vinha da Aparício para Salvador. Parei na sinaleira sob a ponte da Ipiranga, onde fui intimado por um motoqueiro em uma CG... (Que tal?) E, como porra louca que era, nem pensei duas vezes... Arranquei dando tudo que dava no corsinha... 1ª nos 5000 RPM, 2ª idem... 3ª com pé no fundo (o motoqueiro já tinha ficado pra trás há horas... Já era hora de parar, mas sabem como é...), havia transito a frente, três pistas: Eu na pista do meio, um carro na minha frente, outro na pista da esquerda... Imprudentemente, coloquei pra pista da direita e meu irmão, que estava na carona, teve só o tempo de avisar, "não vai que tem um cavalete...".

Como não tinha mais como voltar, pois já estava na metade do carro que estava ultrapassando, freei... Lembram que estava em obras né? Tinha muita terra espalhada pela pista ainda, e o cavalete era pra sinalizar um poço de telefone sem tampa, que tinha ficado acima da linha da pista e deveria ser cortado para que a tampa pudesse ser colocada. Meu carro já rebaixado, eu freando a alta velocidade, imagine o estrago no motor se pegasse aquele anel de aço pelo caminho? Fora o cavalete...
Mas quis o destino que o carro deslizasse na areia e batesse na traseira de um Voyage, o que estava sendo ultrapassado, e que os danos fossem apenas materiais e mínimos...
Bom, como o carro estava segurado, todo mundo saiu feliz desse episódio, tanto ele, que teve o Voyage consertado, como eu, que aproveitei a ocasião para trocar a frente do carro, pela do modelo mais moderno. Adeus pára-choque feio!
Depois disso, resolvi adesivar o carro todo para fazer propaganda da minha empresa (foto acima). Ficou muito legal o layout e o carro chamava muita atenção por onde passava. Nessa época, trabalhando pra várias empresas especializadas em "tuning" (febre na época devido ao filme Velozes e Furiosos), fechamos algumas parcerias e o carro passou por uma fase Fast and Furious. Ganhou spoilers laterais (os mais simples, pois nunca gostei de exageros) além de um aerofólio cedido por uma empresa especializada na época. Ganhou também, algum tempo depois, um pára-choque com entradas de ar diferenciadas, conforme foto abaixo.



Foi onde começaram os problemas...
Eu saí da loja onde foi colocado o pára-choque sem a placa, conforme a foto, e a menos de 200m da empresa, fui parado pela fiscalização e tive o carro recolhido. Sabem como é por aqui né...
Livrei-me de várias multas por alteração de característica, mas estava com o IPVA vencido. Bom, foi um mês no pátio até conseguir a grana pra pagar outras multas que já tinha + o IPVA/Seguro obrigatório.
Carro na mão novamente, o tal pára-choque não parava de incomodar... O carro já era baixo, e o pára-choque ficou praticamente colado no chão... Vivia pegando, era um saco! Não demorou muito para quebrar os suportes, e começar a gastar para consertá-lo (ao invés de tirar de uma vez).
Numa noite, vindo de uma festa, lá por 5 da manhã... Maior chuvarada, temporal mesmo, eu vindo pela Plínio em direção a zona norte, e ali no viaduto do Obirici, tudo na escuridão, o limpador não dava conta de tanta chuva, vinha a uns 40 km/h e entrei em uma lagoa literalmente... O carro logo que entrou apagou e a traseira já veio boiando... Tentei fazer o carro pegar e nada... Ai foi só esperar ele ficar embaixo d'água... Que noite! Liguei pro seguro pra pedir um guincho, eram cinco e pouco da manhã, o guincho chegou, mas não tinha como ir lá pra tirar o carro, tamanha quantidade de água... Resumindo, o carro foi retirado perto das 9 da manhã, completamente encharcado.
Larguei no mecânico, gastei uma nota, e o carro ficou estranho... Logo a embreagem deu os doces... Queimou sensor disso, sensor daquilo... Aí resolvi realizar outro sonho... Mexer no motor do carro...
Lá se foram mais de cinco meses sem o carros, muito gasto em peças (resolvi fazer aspirado, pois o turbo era fora da minha realidade financeira), e chegou dia de pegar ele... Que dia massa!
O carro tinha ficado um absurdo em relação ao original. Foi modificada cilindrada, comando, borboleta, bicos, embreagem de cerâmica, enfim, uma pá de coisas!
Isso era verão, e peguei o carro e fui testar na freeway, indo pra praia. Quando, a mais ou menos 190 km/h no velocímetro, escutei um barulho esquisito... Uma grilada, alta... Liguei do carro mesmo pro mecânico que disse pra eu aliviar e me disse que podia ser falta de combustível... Aí começaram novos problemas...
Voltando larguei o carro pra ele e o mesmo solucionou o problema trocando os bicos por uns maiores e instalando uma central Hardware no carro, pra gerenciar sei lá o que.
O carro ficou um rojão, mas passou a fazer três km/l de média... Como o álcool era barato, não dava tanta bola, isso no primeiro mês, segundo, ai já começou a doer... Era mais de 900 reais de álcool por mês... Tava me comendo pelo bolso!
Nesse meio tempo, quebrei várias homocinéticas, alguns probleminhas e resolvi tirar os adesivos, como se tivesse chamando muita atenção e colocando olho gordo no carro... Sem comentários...
Fui me desgostando... E o carro foi ficando de lado... Segue foto dessa época...

Aguardem novos capítulos dessa história!

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